sábado, 24 de abril de 2010

Um ano da queda do diploma de Jornalismo

Vamos fazer uma matéria sobre os resultados práticos decorrentes da queda do diploma de jornalismo que podemos observar hoje, aproximadamente um ano após a decisão do Supremo Tribunal Federal.

No dia 17 de junho de 2009, nove ministros do STF decidiram, por oito votos a um, que o diploma de jornalista não seria mais obrigatório para se exercer a função. A justificativa principal para a decisão girava em torno do caráter repressivo e contra a liberdade de expressão que a Lei da Imprensa instituía, algo que seria retrógrado e condizente com a ditadura militar da época.

A queda do diploma gerou inúmeras discussões, principalmente por parte dos jornalistas, sobre quais seriam as principais conseqüências desse ato: o curso superior de jornalismo continuaria existindo? A procura pelo curso diminuiria significativamente? Os jornalistas formados teriam uma maior concorrência na hora de lutar por uma vaga de trabalho? As redações se encheriam de pessoas formadas em outros cursos? Os concursos públicos aceitariam, de fato, que uma pessoa de outra área concorresse a uma vaga para jornalista?
As discussões eram inconclusivas e baseadas em suposições. Somente o tempo poderia mostrar o que mudaria com a queda do diploma.

Essa matéria buscará, através de entrevistas com empresas de comunicação, jornalistas e pessoas da área, identificar a real situação do mercado de trabalho para o jornalista um ano após essa decisão. O principal objetivo será concluir se alguma coisa mudou e, se sim, o quê e porquê.

Possíveis entrevistas:

- Representantes de três empresas de comunicação para explicar de que forma a lei modificou a contratação de profissionais para o cargo de jornalista. Escolhi um impresso esportivo (Lance!), um meio televisivo jornalístico (Band) e a Rádio CBN.
- Representantes de dois órgãos públicos para explicar o que aconteceu na contratação através do concurso. Escolhi a Petrobrás e o Detran.
- Representante do MEC que possa falar da situação do curso de jornalismo após a decisão.
- Representante da FENAJ, Federação Nacional dos Jornalistas, para fazer um panorama prévio do que realmente aconteceu com a profissão um ano depois da queda do diploma.

Obs1: O Pedro Staite também tinha tido essa ideia como sugestão de pauta. Podemos dividir ou aumentar de alguma forma (acho que esse assunto garantiria muitas linhas para essa revista!).
Obs2: Estou tendo dificuldades para conversar com alguém da rádio CBN. Alguém teria um contato?

Por favor, opinem!

2 comentários:

  1. Repito meu comentário de aula: acho q vc pode fazer uma matéria sobre o valor do diploma na área de comunicação (até pra sua materia nao ficar com cara de mesmice)

    Falar do diploma de Rádio TV, (temos amigos contratados sem diploma, lembra?), De RP (muita gente de marketing faz), De publicidade...

    bbjinhos

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  2. Oi Daniella,
    recebi esse email hoje e acho que vai te interessar.

    Hugo Leal é o relator da PEC
    sobre diploma de jornalista


    A Câmara dos Deputados vai entrar na discussão sobre a necessidade do diploma para o exercício do jornalismo. Foi instalada uma Comissão Especial para analisar a PEC 386-A, que dispõe sobre a necessidade do curso superior para o profissional de imprensa. O deputado federal Hugo Leal (PSC-RJ) foi escolhido relator da proposta e tem até o dia 23 de junho para apresentar o relatório.
    — Na terça-feira (01/06) iremos elaborar o roteiro dos trabalhos e votar os requerimentos de audiências públicas e, a partir daí, passaremos a analisar os argumentos dos representantes da classe e do empresariado para elaborar o relatório — explicou.
    Para o relator, a evolução das profissões e o crescimento da importância da comunicação no mundo globalizado exigem profissionais cada vez mais especializados.
    — O diploma não garante que o jornalista que chega ao mercado seja completo, assim como não garante ao médico ou o advogado. Ele torna os profissionais mais preparados para lidar com a informação, ainda mais agora com a propagação instantânea da informação — completou Leal.
    Em junho de 2009, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que não era mais necessário ter diploma de jornalismo para exercício da profissão. Por conta de uma decisão do Tribunal Regional Federal de São Paulo, que tinha afirmado a necessidade do diploma, o Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do estado (Sertesp) e o Ministério Público Federal entraram com um recurso no STF. O então presidente do Supremo, ministro Gilmar Mendes, relator do processo, argumentou que o pleno exercício das liberdades de expressão e informação dispensava a formação em curso específico de jornalismo.

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